A escola
racionalista, inaugurada por René Descartes (1596-1650), tem um posicionamento
diferente em relação à maneira como é adquirido o conhecimento. Vivendo em um
ambiente diferente dos empiristas, assolado por guerras (Guerra dos 30 anos de 1618
a 1648) e
perseguições religiosas (Massacre de São Bartolomeu em 1572), os filósofos
racionalistas foram mais apegados a conceitos imutáveis, como os das ciências
teóricas (matemática e geometria). Para os filósofos racionalistas, cujos
representantes principais foram Descartes, Nicolas Malebranche, Baruch Espinosa
e Leibniz ,é necessário descobrir uma metodologia de investigação filosófica
sobre a qual se pudesse construir todo o conhecimento. A resposta a esta
questão, encontrada por Descartes, foi que o conhecimento válido não provem da
experiência, mas encontra-se inato na alma. Em relação ao método para atingir
este conhecimento, o filósofo francês propõe colocar em dúvida qualquer
conhecimento que não seja claro e distinto. Este conhecimento pode ser obtido
através da análise racional, com a qual é possível apreender a natureza
verdadeira e imutável das coisas. Trata-se, de certa forma, de uma reedição do platonismo,
possibilitando a metafísica e a aceitação de uma moral baseada em princípios
tidos como racionais e universalmente válidos.
Os sucessores
intelectuais de Bacon foram os empiristas ingleses, dos quais os principais
representantes eram Thomas Hobbes (1588-1674), John Locke (1632-1704), George
Berkeley (1685-1753) e David Hume (1711-1776). O ponto de partida das
investigações destes filósofos não foram os problemas do ser, mas do conhecer.
No entanto, enquanto filósofos continentais (os racionalistas) encaram o
problema do conhecimento a partir das ciências exatas, os empiristas voltam-se
para as ciências experimentais. O próprio ambiente cultural e sócio-econômico
da Inglaterra da época coopera para tanto, já que ocorria um grande
florescimento das ciências experimentais – botânica, astronomia, química,
mecânica, etc. Seguindo a linha de raciocínio das ciências experimentais, o
empirismo parte de fatos, eventos constatados pela experiência. Agindo assim,
chega à seguinte problemática epistemológica: como, partindo da experiência
sensível, é possível chegar às leis universais? A solução encontrada pelos
filósofos foi a de que partindo do pressuposto de que todo o conhecimento é
originário da experiência, conclui-se que mesmo as idéias abstratas e as leis
científicas têm a mesma incerteza, instabilidade e particularidade do
conhecimento empírico. A alma (a mente) não possui idéias inatas, como afirmava
o racionalista Platão. As impressões, obtidas pela experiência, isto é, pela
sensação, percepção e pelo hábito, são direcionadas à memória e desta – através
de um processo de associação de idéias, segundo o filósofo Hume – formam-se os
pensamentos. O próprio hábito de associar idéias, pela diferenças ou
semelhanças, forma a razão, ainda segundo Hume. A mais famosa tese do
empirismo, desenvolvida por John Locke, é a da tabula rasa. Com este conceito o
filósofo queria dizer que ao nascermos não temos nenhum princípio ou idéia
inata e tudo que aprendemos e processamos em nossa mente provêm das
experiências feitas durante a vida.
É notório que para Descartes, é necessário antes de tudo, que saibamos a metodologia usada por ele para se chegar à iluminação do pensamento. O mais relevante é deixarmos claro que foi com Descartes que pela primeira vez se pensou o fundamento do que é o pensamento do homem.
ResponderExcluirContudo David Hume tem como ponto de partida a reflexão humana, sendo que todo conhecimento que se refere ao mundo começaria com a experiência, fundando-se na percepção.
Já para Kantiano foi o século XVIII o contexto de reflexão para nomear a Matemática e a Física como as duas ciências que apresentariam resultados indiscutíveis a humanidade.